Da imaginação dos povos saem as narrações mais fantasiosas e para tudo ela encontra explicação. No boletim comemorativo do 60º aniversário da elevação do Tortosendo a Vila pode ler-se:
Conta-se em Tortosendo que há muitos, muitos anos, existia uma casinha térrea e pequena e que dentro vivia uma família boa, unida mas pobre. O pai madrugava para ir cavar a terra dura, os irmãos guardavam as ovelhinhas, a mãe limpava, cozia e tratava da panela, e ela, a irmã doente e aleijada, triste e só lá ficava encostada à velha Oliveira. Mas um dia deslumbrada viu sentada num dos ramos mais baixos da oliveira uma senhora bela e irradiante que, sorrindo, lhe estendeu um objecto desconhecido e assim falou:
– Minha filha, pára com a tua tristeza e pega nesta roca com que passarás teus dias a fiar. Embora doentinha e torta, sendo amiga de ajudares teus pais, contribuirás assim para o bem estar da tua família e com o teu exemplo, que se propagará, para o progresso da tua terra!
Teria vindo deste acontecimento o nome de Tortasendo que daria mais tarde Tortosendo, com o seu desenvolvimento da indústria de fiação e têxtil e a sua devoção a Nossa Senhora da Oliveira.
Contudo os historiadores afirmam que a formação do Tortosendo deve datar de antes da fundação de Portugal, tendo sido D. Afonso Henriques quem repovoou as poucas casas existentes e que tinham sido abandonadas pelos valentes lusitanos quando das lutas romanas.
Quanto à origem do nome, este vem de Troitosendo (Tructesindus), vocábulo de origem germânica, muito utilizado em documentos dos primeiros tempos da monarquia, que significava expedição do exército, supondo-se que no tempo de D. Sancho I por aqui tivesse aquartelado algum cavaleiro ou chefe de forças militares.