Os cursos profissionais são muitas vezes vistos como a alternativa possível para os alunos com falta de aproveitamento no ensino dito normal, poderem continuar estudos.
São identificados com um maior facilitismo e menor rigor de avaliação.
Um estudo recente, feito a propósito de uma tese de mestrado, veio sustentar uma realidade que parece contrariar este preconceito.
Dois estudantes do mestrado em Economia da Nova SBE, concluíram que os alunos do ensino básico e secundário que seguiram a via do ensino profissional a partir de 1989 têm uma vantagem salarial face aos estudantes que fizeram o percurso geral de ensino, no ensino básico (9º ano) ou secundário (12.º ano).
Sofia Oliveira e Pedro Freitas, alunos da Nova School of Business and Economics, realizaram o estudo atendendo à população total de 643 mil indivíduos que passaram pelo ensino profissional, com menos de 36 anos de idade, que integraram estes cursos partir de 1989 e que em 2009 estavam no mercado de trabalho.
O estudo permite concluir que o indivíduo que detém apenas o terceiro ciclo do ensino básico (nono ano de escolaridade), tem um ganho salarial resultante do facto de ter optado pelo ensino profissional.
A mesma vantagem foi observada em trabalhadores que concluíram o ensino secundário, contudo, neste caso, apresenta maior volatilidade consoante a via de ensino profissional que tenha sido escolhida.