Menos custos de investimento, mais escala, mais megawatts produzidos e menos custos na própria plataforma, são os objetivos que a EDP pretende atingir com os aperfeiçoamentos a introduzir no seu projeto de energia eólica offshore que mantém na Póvoa de Varzim.
A ideia é tornar o projeto competitivo de forma a constituir um verdadeiro projeto industrial de energia eólica no mar.
Hoje em dia, na torre offshore da Aguçadoura, na Póvoa do Varzim, são produzidos dois megawatts (MW) de energia, que por sua vez custam à empresa vinte milhões de euros, mas o objetivo é que este projeto piloto levado a cabo junto à costa da Póvoa, e conhecido como Wind Float, seja alavancado para uma fase industrial.
Sendo a Aguçadoura um projeto-piloto, pode vir a ser competitivo em termos energéticos, e para isso muito contribuirá o atingir de dez megawatts por torre, e a diminuição de custos que está prevista nas alterações a implementar ao Wind Float.
A otimização destes projetos de energia eólica no mar, passa, segundo Jorge Cruz Morais (presidente da EDP Internacional), pelo aumento da dimensão das plataformas e pela aplicação de materiais na estrutura, mais baratos que o aço.
Assim sendo, estão previstas duas fases de aperfeiçoamento para estes projetos offshore, dos quais a Aguçadoura é cobaia. Numa primeira fase a EDP vai alargar e experimentar novos materiais procedendo às leituras e aos testes necessários para poder avaliar essas adições.
Numa segunda fase, a EDP irá tentar implementar uma plataforma pré-industrial, a partir dos ensinamentos recolhidos. Um projeto eólico no que já foi um parque de ondas que possa assumir-se como um modelo a seguir para a fase industrial.
O presidente da EDP Internacional estima que sejam necessários cerca de quatro anos para atingir esta fase.
Atingidas estas metas, a energia eólica no mar, e mais concretamente o projeto industrial que decorrerá dos ensaios na Aguçadoura, têm tudo para serem um sucesso, uma vez que dispõem de vantagens em relação à energia eólica tradicional, em terra. Uma ótima solução para costas de águas com alguma profundidade, como a generalidade das portuguesas, com uma produção de vento 30% superior à terrestre.