São Bento da Porta Aberta e o Campo do Gerês

Vilarinho das Furnas

S. Bento da Porta Aberta é o grande centro minhoto de romarias a pé. Inferior ao Sameiro (Braga) na afluência de fiéis, S. Bento da Porta Aberta é no entanto, um centro extremamente concorrido: os fiéis vão até lá em múltiplos transportes e ainda a pé.

Vilarinho Furnas
Vilarinho das Furnas

Quando assim se deslocam, partem de suas terras em grupos de três, cinco, dez ou mais. munidos de um varapau para ajudar nas agruras do caminho (é célebre o «arrebentaço» por alturas da Senhora da Abadia), cantando quadras apropriadas ao santo. Aqui chegados, depositam as suas ofertas, fazem as suas rezas no interior do templo ou em voltas sucessivas de joelhos à igreja e, no fim, vêm divertir-se para o frondoso parque fronteiro, onde também compram algumas recordações.

Agosto é o mês das romarias, e os domingos são os dias preferidos pelos peregrinos.

Campo do Gerês

Freguesia bem montanhosa, situada nos contrafortes oeste da serra do Geres e sul da serra Amarela, Campo do Geres, ou S. João do Campo, como é mais comummente conhecida, é fortemente marcada pelas duas montanhas e pelo curso inicial do rio Homem. Das fortes raízes comunitárias, cujo expoente existia na maravilhosa Vilarinho das Furnas, destruída pela barragem com o mesmo nome, pouco resta; o forno do povo e as vezeiras (pastoreio comum) talvez sejam o que sobrevive desses costumes seculares.

Nos dias em que a barragem está vazia (o que só acontece quando é preciso limpá-la), ainda é possível ver as ruínas das velhas casas de pedra de Vilarinho das Furnas, paisagem desoladora e de uma solidão absoluta.

Na serra Amarela subsistem ainda as casarotas (construções de falsa cúpula) onde os pastores e os rebanhos se abrigavam à noite nos dias de chuva.

Covide

Povoação simultaneamente agreste e bela, situada no sopé da serra, Covide foi uma importante estação da Geira, via militar romana que ligava Braga e Astorga, atravessando o Geres.

De grande riqueza pecuária, aqui se fabricam excelentes queijos e manteiga. A abundância de carvalhos e castanheiros permite-lhe fartas quantidades de gado suíno e, naturalmente, de excelentes presuntos, curados lentamente no calor da lareira e do borralho.

A sua área geresiana é dominada pelos estranhos Castelo de Covide e Castelo da Calcedónia, elevações onde houve remota ocupação humana, de paisagem granítica impressionante, precipícios serradores e bastas lendas.

Vilar da Veiga

Freguesia dotada de todas as benesses que a Natureza pode dar, de Vilar da Veiga bastaria dizer que é na sua área que se situa a maior parte da serra do Gerês. Centro termal dos mais concorridos do País, é possuidor de múltiplas quedas de água, cada qual a mais espectacular (cascata de Leonte, cascata de S. Miguel, etc.) e de numerosos ribeiros de água pura.

Detém ainda formações rochosas espectaculares (Porta Natural da Borrajeira, Fraga da Peneda, em Chã de Lamas, ciclópicos monólitos junto à Estrada da Junceda) e uma vegetação luxuriante e limpa de espécies estranhas (mata do Cabril, etc.), entre a qual se encontram espécies herbáceas apenas aqui localizáveis, como o lírio-do-gerês (íris boissierí).

Santa Isabel do Monte

Terra rude e bravia, desconhecida de tudo e de todos, sem estrada pavimentada que lhe dê acesso, Santa Isabel do Monte é a mais isolada e desconhecida freguesia do concelho de Terras de Bouro.

Situada na serra e planalto do mesmo nome, coberta de vegetação arbustiva (tojo, etc.) ou de árvores de grande porte (vidoeiros, carvalhos, faias, etc.), é também bastante rica em lameiros, sobretudo no lugar de Rebordo Chão. Terra de boa batata e centeio e avara de vinho, a sua economia é reforçada pelas minas de quartzo exploradas na parte do monte voltada à abadia.

Locais a visitar na região

Albergaria: ponte romana. Azias: Capela de S. Sebastião. Bravães: igreja matriz. Carvalheira: igreja matriz, ponte sobre o rio Rodas, troço de via militar romana. Covide: marco miliário, albufeira do rio Homem, Barragem de Vilarinho das Furnas. Ermida: igreja matriz (séc. XVIII), memorial (séc. XII. Lindoso: castelo. Nogueira: Solar dos Calvos, ponte sobre o rio Vade. Ponte da Barca: igreja matriz, Capela de Santa Rita, Solar de Abreu Lima, Paços do concelho, pelourinho, ponte, mercado. Portela do Homem: marcos miliários, Miradouro da Pedra Beela. Porto: Ponte Romana. S. João do Campo: marco miliário transformado em cruzeiro. S. Maninho de Castro: igreja matriz. Terras de Bouro: Marcos miliários, Vila Nova de Muía: mosteiro, cruzeiro. Vilar da Veiga: marcos miliários, Ponte Feia.

Festa e Feiras e Romarias: Covas. Festa de S. Brás, de 2 a 4 de Agosto; feira quinzenal às segundas-feiras. Ponte da Barca: feira quinzenal às quartas-feiras; feiras anuais a 23 e 24 de Agosto e a 22 de Dezembro. Rio Caldo: Festa de S. Bento da Porta Aberta, de 10 a 13 de Julho. Terras de Bouro: Festa e Feira de S. Brás, a 3 de Fevereiro; feira quinzenal às segundas-feiras. Vila Chã: Festa de Santa Ana, a 26 de Julho.

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