Pequena vila minhota de feição arejada que se estende ao longo da EN 101, Ponte da Barca conserva ainda um pequeno dédalo de ruas bordejadas de casas dos séculos XVII e XIX.
Magnificamente situada sobre o rio Lima, com praias fluviais e múltiplos locais para campismo, tem no Jardim dos Poetas um sítio onde alguns dos monumentos principais da vila se harmonizam perfeitamente com o rio, tornando-o um bom local para descanso, sobretudo ao fim da tarde.
Ao longo do rio e em direcção a Bravães há ainda muitos moinhos, alguns em funcionamento, que fazem valer a pena a aventura de descer o rio em canoa ou a pé ao longo das margens.
A feira quinzenal (às quartas–feiras, alternada com a do concelho vizinho de Arcos de Valdevez) atinge grandes dimensões e encontra-se repartida por três diferentes locais da vila: feira dos panos (a oeste da estrada nacional, junto à ponte); feira das ferragens e carne de porco (no Jardim dos Poetas), e feira dos produtos agrícolas, cerâmicas, funileiros, etc. (à entrada da vila, a leste de quem vem de Braga).
Sob a ponte da vila havia uma tradição de baptismo da meia-noite.
Bravães
Velha freguesia que se orgulha da sua igreja românica e, sobretudo, do espectacular e único pórtico românico da mesma, Bravães tem recantos extremamente pitorescos nas margens baixas e recortadas do rio Lima.
Sobranceiro, fica o monte da Pegadinha, nome cuja origem se desconhece. Nele se realiza uma romaria no dia 9 de Agosto, que outrora era chamada das Cabeças Rachadas.
A igreja não tem interesse especial, mas no seu adro e terreiro da há dois velhíssimos carvalhos, um deles já oco e com poucos ramos e o outro ainda senhor de enorme e frondosos braços que dão uma sombra muito acolhedora. Junto ainda ficam os «quartéis» dos romeiros e a Casa da Cera, pequena mas bela construção de forte sabor rural.
Ermida
Freguesia rude, serrana, nos contrafortes noroeste da serra Amarela, Ermida ainda não tem estrada digna desse nome que a ligue com o concelho. O seu acesso mais fácil é um longo carreiro que sobe lentamente o monte, aqui chamado «cambias».
Do alto do lugar desfruta-se um panorama soberbo sobre o vale do Lima, e, em dias limpos, avista-se a cidade de Viana do Castelo.
A povoação conserva ainda uma grande maioria de habitações cobertas de colmo e feitas de pedra solta, apenas destoada por algumas casas modernas de emigrantes.
O traje está aqui excepcionalmente bem conservado. A mulher asa: saia de mistura de linho com estopa: camisa de linho e colete bordado de casimira com meia-lua de veludo; dois franjeiros, um atado na cinta, que poderá servir como rodilha, e o outro na cabeça para proteger do sol, do pó, etc., e lenço de algibeira, pendente, de linho bordado a várias cores. Quanto ao homem, veste camisa de mistura de linho, tomento e estopa sem bordados, lisa e sem colarinhos: calça vulgar; faixa encarnada na cintura, e tamancos nos pés.
Lavradas
Pequena freguesia situada no lado sul da Estrada Ponte da Barca – Ponte de Lima, tem como genuinamente sua uma dança. É uma chula dançada apenas nas malhadas do milho. Antigamente, segundo consta, o milho era pisado na eira com chancas, como meio de separar o grão da espiga.
A dança, que tem hoje uma duração normal, era outrora extremamente longa e só acabava com a fadiga dos malhadores ou dos dançarinos. Hoje, como antes, é dançada com traje de trabalho; as raparigas são chamadas as crivadeiras (crivavam o grão), e os rapazes, os chegadores («chegavam» o milho limpo para o sequeiro). Esta dança tradicional está incluída no repertório do Rancho Folclórico de Ponte da Barca.
Vila Nova de Muía
Freguesia muito antiga, situada na meia encosta sul do rio Lima, Vila Nova de Muía tem o seu ex-líbris na velha igreja românica, de amplas dimensões.
Sobranceiro, no alto do monte e servido por outra estrada, fica o Miradouro de Santa Rita, de onde se avista a vila e uma boa paisagem sobre o Lima.
Se a pequena igreja não merece interesse especial, os «quartéis» (casas onde os romeiros se abrigam) já são dignos de atenção. Trata-se de construções simples em pedra da região, em cuja fachada há uma grande e bela varanda corrida, toda de madeira, que se apoia em colunas de pedra.