Pardilhó faz parte do concelho de Estarreja. Situando-se no norte de Estarreja faz fronteira com dois outros municípios: Ovar e Murtosa. Pardilhó é banhado a poente pela Ria de Aveiro, uma das maiores referências a ter em conta na formulação da sua identidade cultural, à par do isolamento geográfico.
A população pardilhoense assumiu-se historicamente como gente da Ria – na apanha do moliço (com os moliceiros), na pesca e na construção naval – e da terra – na agricultura, desenvolvendo uma personalidade cultural muito própria e bastante acentuada.
Pardilhó assenta em terras baixas, inferiores em média a dez metros acima do nível das águas do mar, e que lhe foram conquistadas ao longo dos séculos, através de um lento, mas progressivo, assoreamento, acompanhando a formação da Ria de Aveiro.
O sector agrícola nesta região, só foi possível desenvolver graças ao moliço, importante fertilizante cuja apanha na ria é característica das populações ribeirinhas (da Marinha).
Gastronomia de Pardilhó
Na gastronomia pardilhoense destacam-se a Caldeirada de Enguias e as Padas de Pardilhó.
As Padas de Pardilhó, que noutro tempo foram muito famosas na região, começaram a decair no início do século, pois a subida do preço do trigo começou a obrigar a povo a preferir o pão de Broa.
A fama das padas e o facto de haver antigamente muita gente de Pardilhó a ir apanhar pinhas nas serras vizinhas para os fornos dos padeiros levou a que a freguesia ficasse conhecida como a terra das padas e das pinhas.
Artesanato de Pardilhó
Pardilhó é o principal centro de produção de artesanato do concelho de Estarreja e, portanto, um ponto de incontornável referência nesta matéria, tanto a nível regional como nacional. Por isso mesmo é local de romagem obrigatória para muitos interessados pelo artesanato e origem de inúmeros objectos vendidos pelo país fora.
Em Pardilhó são feitas mantas e tapetes de trapos famosos em toda a região, obra de mulheres que nos tempos livres se dedicam a esta actividade em teares tradicionais. As rodilhas, algibeiras para as peixeiras guardarem o dinheiro, vassouras, esteiras de junco e galrichos para a pesca das enguias são também referências do artesanato pardilhoense.
O Barco Moliceiro é ainda aqui construído. Terra de grandes construtores navais, historicamente presentes em quase todos os estaleiros do país e espalhados pelo mundo inteiro, Pardilhó havia de ser também o derradeiro local onde se construísse o Moliceiro, o maior ex-libris da região de Aveiro. Há aqui quem construa miniaturas de barcos da ria e outros objectos.