De regresso ao cruzamento da ponte da Barra segue-se pela estrada da Barra, em direcção a Costa Nova e Vagueira. A Costa Nova pertence ao concelho de Ílhavo e à freguesia de Gafanha da Encarnação.
Esta praia fica numa península entalada entre o mar e a Ria da Aveiro (canal de Mira) é mundialmente conhecida pelos seus multicolores palheiros, que dão ao seu casario uma beleza única.
A Costa Nova é também conhecida pelas suas praias, muito frequentadas durante o Verão. A norte da Costa Nova fica a Praia da Barra, a Sul a praia da Vagueira, a este a ria com a Gafanha da Encarnação ao fundo e a Oeste o Oceano Atlântico.
Palheiros da Costa Nova
O seu nome perde-se na história, sendo construções que remontam ao período Neolítico espalhadas um pouco pela Europa e África; genericamente são construções de madeira sobre estacarias. Em Portugal localizam-se sobretudo no Litoral Central surgindo inicialmente para guardar as alfaias, convertendo-se posteriormente em abrigos para os pescadores e para os animais que os auxiliavam nas campanhas.
Em finais do século XIX com a moda de “ir a banhos” a generalizar-se sobretudo nas classes mais abastadas, os pescadores começaram a arrendar temporariamente os seus palheiros, que se adaptaram à sua nova função. As tábuas que constituem o revestimento exterior têm vários processos de aplicação, em escama vertical ou horizontal, e se inicialmente elas não eram pintadas, hoje enchem-se de cor, não só para maior conservação, mas também por motivos plásticos, comparando-se esta inigualável policromia à dos moliceiros que passeiam na ria, sendo verdadeiros ex-libris, que conferem à Marginal da Costa Nova do Prado um aspecto único e colorido.
Palheiro José Estêvão
Referência especial para o palheiro do ilustre e multifacetado José Estêvão Coelho de Magalhães e, que possuindo um altivo palheiro acastanhado rodeado por um jardim, virado para a ria, foi um grande propulsionador do “turismo” nesta estância balnear, que até então vivia só de pesca. Foi ele quem arrastou muitos intelectuais e políticos seus contemporâneos, para conhecer esta estância, que em meados do século XIX era já considerada de “chic”, tais como Oliveira Martins, que foi muitas vezes seu hóspede, e também Eça de Queirós, que ali conheceu aquela que viria a ser sua esposa, e onde também teve uma casa.
Este palheiro serviu de ponto notável nas cartas de navegação inglesas.