Desde o século XII e até aos princípios do século XIX, a instabilidade de condições de navegação e comunicação com o mar, originou a necessidade de alternativas económicas, determinando o êxodo quase completo das populações.
Com as obras hidráulicas de 1808, regulado o canal de acesso marítimo-lagunal, opera-se o ressurgimento da economia de toda a região de Aveiro, destacando-se a indústria do moliço na Ria de Aveiro, associada ao incremento da agricultura, à qual está directamente ligada.
O moliço, nome vulgar que abrange, sem distinção de espécies, as plantas que constituem a vegetação submersa, foi o fertilizante preponderante na transformação das dunas em terras de cultura.
O Barco Moliceiro, atingindo os 15 metros de comprimento, de costados muito baixos – para facilitar a recolha, o carregamento e descarga do moliço – chega às cinco toneladas de capacidade de carga, sendo propulsionado por uma vela triangular e pela vara ou sirga.
O barco moliceiro com a vestimenta preta, debruada com uma faixa castanha que corre a todo o comprimento e nascida na linha de flutuação até à cinta, apresenta, na proa e na ré, quatro painéis policromados, que quebram a pintura escura, dando-lhe uma beleza muito própria.