O Ministério da Economia atribuiu recentemente à Energie o título de PME Excelência 2009. Este facto não seria notícia se a atribuição não tivesse sido realizada depois de a ter retirado da lista de empresas com acesso à campanha dos painéis solares térmicos, facto justificado pela tecnologia da Energie não ser considerada como solar, embora a empresa a continue a publicitar como tal.
A Energie já não faz parte da lista das empresas que acedem aos incentivos do Governo para a campanha dos painéis solares térmicos, mas não se resigna a tal, pretendendo ser incluída na lista das empresas com equipamentos renováveis para os novos edifícios. A ADENE (Agência para a Energia), que gere a certificação energética dos edifícios, vei dar-lhe meia razão, admitindo que a lei possa ser alterada para a empresa ser abrangida. A Energie entrou para o grupo dos fabricantes de painéis solares térmicos aceites na campanha do Governo após a certificação emitida em Março passado pela Dincertco, uma entidade alemã considerada de topo na Europa.
Lembre-se que a despromoção da lista, decorre da controvérsia gerada entre os especialistas, que acusam a empresa da Póvoa de Varzim de fabricar bombas de calor com recurso apenas indirecto à energia solar e com um forte grau de consumo de electricidade – ao contrário do que se passa com os painéis solares.
Após a celeuma, a Dincertco retirou a classificação à Energie, facto que mereceu a concordância da Certif (a entidade certificadora portuguesa) e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia concordaram com a decisão, por entenderem também que o equipamento da Energie não é solar.
A Energie continua a publicitar o seu produto como tratando-se de energia solar de última geração captada com sol, chuva, de dia ou de noite, um argumento que os opositores rebatem dizendo que a verdadeira energia solar não funciona de noite e tem menor rendimento ou nulo com chuva. A Energie alega que o que foi cancelado foi um certificado emitido por um organismo certificador que nada tem a ver com a terminologia energia solar termodinâmica e que esta existe em Diário da República desde 2006.
Denuncia que na Austrália e na Nova Zelândia estes sistemas solares são reconhecidos e que em Portugal não o são devido a elementos instalados em institutos públicos portugueses, com manifestos interesses no sector.
fonte: Público