Poderá ser o sonho de muitos portugueses – reduzir drasticamente a cada vez maior, factura energética, e chegar até a ganhar dinheiro com isso. A solução poderá passar pela produção da própria energia consumida. Uma hipótese que estará, à luz das novas regras da micro-produção criadas pelo Governo, a partir de Março de 2008, ao alcance de pelo menos 500 mil clientes da EDP, de um universo de 5,8 milhões de consumidores domésticos.
As novas instruções são para agilizar a máquina burocrática para que quem quiser optar por esta solução, o possa fazer sem as complicações e as dores de cabeça que têm estado associadas aos projectos de micro-produção. Daí que todo o processo passe pela internet.
A tarifa da venda de electricidade à rede é de 650 euros por megawatt/hora (MWh), considerada pelo sector como um atractivo inegável, prometendo poupanças que poderão atingir os três mil euros de redução anual da factura energética. Além do mais, está garantida por cinco anos.
as mesmo as previsões mais optimistas apontam para uma adesão inicial à microgeração limitada. Sentimento que é partilhado pelo director-geral de Energia, Miguel Barreto. Também a EDP acredita que não se deverá exceder as quatro mil habitações no primeiro ano, período durante o qual o tecto máximo de instalações em Portugal não pode exceder os 10 MW. A EDP acredita que, no décimo ano, caso se mantenha um crescimento anual de 10%, possam existir cerca de nove mil casas, número ainda assim aquém dos 200 mil produtores domésticos de electricidade que existem actualmente em Inglaterra.
O principal alvo da nova legislação são os proprietários de moradias, quintas isoladas ou pequenos restaurantes. É garantido que quem se propuser a tal, terá que desembolsar, em média, entre 10 mil e 15 mil euros se optar por uma das soluções mais atractivas no mercado: as micro-fotovoltaicas. O investimento nunca será recuperado antes de decorrerem cinco anos.
Além da oferta de microgeração fotovoltaica, a que está em fase mais adiantada para entrar em força no mercado é a micro-eólica. Já a micro-cogeração a partir de biomassa está ainda numa fase embrionária a nível mundial, assim como as pilhas de hidrogéneo e as micro-hídricas, estas últimas com um potencial limitado em Portugal, já que são poucos os consumidores domésticos nacionais que podem fazer uso de rios e ribeiras à porta de casa.
Acredita-se poder vir a surgir uma fileira industrial associada à micro-geração, até porque no caso das micro-eólicas os grandes fabricantes mundiais não se demonstrado interesse neste nicho de mercado. Em curso está já a construção de algumas fábricas de painéis fotovoltaicos. Quanto aos restantes equipamentos destinados à microgeração deverão, a prazo, continuar a depender do estrangeiro.
(data original do artigo: 2007-09-20) fonte: DE